quinta-feira, 7 de abril de 2011

As Horas/As Horas


Assisti As Horas antes mesmo de saber que o filme é baseado no livro de Michael Cunninghan. Ele, sabiamente, reuniu três histórias - uma real e duas fictícias - em apenas uma obra.
Virginia Woolf, Clarissa Vaughn e Laura Brown. Três mulheres que vivem vidas e acontecimentos no mesmo momento, porém, cada uma em um espaço diferente.
O longa-metragem foi dirigido por Stephen Daldry e estrelado por Nicole Kidman, Meryl Streep e Julianne Moore. E As Horas é a prova de que um filme pode ser igual ou bem parecido com a obra original - o livro, sim.
Vale a pena ler e assistir!



Sim, pensa Clarissa, já é tempo de o dia acabar. Damos festas, abandonamos as nossas famílias para vivermos sós no Canadá, batalhamos para escrever livros que não mudam o mundo a pesar das nossas dádivas e dos nossos imensos esforços, das nossas absurdas esperanças. Vivemos as nossas vidas, fazemos seja o que for que fazemos e depois dormimos: é tão simples e tão normal como isso. Alguns atiram-se de janelas, ou afogam-se, ou tomam comprimidos; um número maior morre por acidente, e a maioria, a imensa maioria é lentamente devorada por alguma doença ou, com muita sorte, pelo próprio tempo. Há apenas uma consolação: uma hora aqui ou ali em que as nossas vidas parecem, contra todas as probabilidades e expectativas, abrir-se de repente e dar-nos tudo quanto jamais imaginamos, embora todos, exceto as crianças (e talvez até elas), saibamos que a estas horas se seguirão inevitavelmente outras, muito mais negras e mais difíceis. Mesmo assim, adoramos a cidade, a manhã, mesmo assim desejamos, acima de tudo, mais.
Mrs. Dolloway

Nenhum comentário: