segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Melancolia...

As portas da sala 02 foram abertas e as pessoas, em silêncio, caminhavam lentamente. Tal fato mais parecia um cortejo fúnebre. Rostos tensos, olhares perdidos e risos de nervoso foram algumas das reações que presenciei.
Diante de todos os elementos que formaram essa cena, sabia bem o que estava me esperando. Já tinha certa pré-noção que saíra da sessão das 18:50 da mesma maneira do que os espectadores anteriores.
Terceira semana de exibição e uma sala de cinema lotada. Público formado praticamente por idosos. Cadeiras marcadas, me sentei na poltrona 15B que se localiza na segunda fileira – lugar que não desejo que nem o meu pior inimigo sente. Como de praxe, trailers foram exibidos antes do grande momento. Filmes ótimos, interessantes e que provavelmente serão assistidos.
Escuridão e silêncio mantêm o mistério na obra de Lars von Trier. Eis que, de repente, a primeira sequencia de cenas só prenuncia o que ainda está por vir. A tensão começa a tomar conta de mim. Fico procurando alguma posição confortável para sentar. Não encontro.


A câmera em constante movimento, elemento típico dos trabalhos de Lars, provoca inquietação em quem o assiste. As cenas em plano sequencia conseguem deixar o filme mais intenso, denso e pesado. A trilha sonora excelente toca a alma profundamente. Melancolia chega a seu ápice.
De tão forte, algumas pessoas não aguentam e abandonam a sala de cinema. O silêncio perturba, incomoda, ensurdece. A junção de todos os fatores chega a ser desesperador.
Prestes a chegar ao final, sinto o ar faltando e os olhos marejando. De repente, a tela fica preta e os créditos começam a aparecer. Não consigo me levantar, os pés parecem estar colados no chão.
Com dificuldade, ergo-me e sigo cambaleando até a saída. Todos caminham em silêncio. Riso e choro se misturam. No peito, a melancolia de Justine.


Melancolia é composto por duas histórias – das irmãs Justine e Claire – e assim como alguns dos filmes de Lars von Trier, é dividido em capítulos. O longa-metragem retrata bem o futuro destino do mundo e das pessoas que o habitam caso as coisas continuem horríveis como já estão.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Boa parte de mim vai embora

Ansiedade a parte. Finalmente consegui baixar o novo álbum, Boa Parte de Mim Vai Embora, do Vanguart. Como eu já esperava, as canções continuam com a mesma pegada: intensas, densas e bem deprimidas. E para variar já tenho a minha preferida. Confira 'Nessa Cidade'.