quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Antes do Pôr-do-sol



Jesse: Acho que escrever aquele livro foi como construir algo que me impedisse de esquecer o tempo em que passamos juntos. Algo que me lembrasse que realmente estivemos juntos. Que foi verdade, que aconteceu mesmo.
Celine: Fico feliz que você diga isso, porque sempre sinto que sou anormal por não conseguir seguir em frente. As pessoas têm um caso ou um até relacionamentos, terminam e esquecem tudo. Mudam como trocam de marca de cereal. Sinto que não esqueço as pessoas com as quais estive porque cada um tem qualidade específicas. Não dá para substituir ninguém. O que foi perdido está perdido. Cada relacionamento que termina me magoa. Nunca me recupero. Por isso, tenho cuidado quando me envolvo com alguém, porque dói demais.

***

Celine: Tenho obsessão com pequenas coisas. Talvez eu seja louca, mas, quando era menina minha mãe me disse que eu sempre chegava atrasada à escola. Um dia, ela me seguiu para saber o motivo. Eu ficava vendo castanhas caíram das árvores e rolarem na calçada, ou as formigas atravessarem a rua, ou a sombra de uma folha num tronco de árvores. Coisas pequenas. Acho que com gente é igual. Vejo pequenos detalhes específicos de casa coisa que me comovem e sinto saudades deles depois. Não se pode substituir ninguém porque todo mundo é uma soma de pequenos e belos detalhes.

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