terça-feira, 9 de março de 2010

Conversa de botas batidas ou eternos Hermanos


Lembro-me daquele clipe onde a personagem principal era a Mariana Ximenes. De fato, Los Hermanos estourou com Anna Júlia. Eu era apenas uma garota que estava começando a entrar na adolescência e que tinha uma imensa adoração por essa música.
Para mim, eles eram apenas mais uma banda que alcançaria o sucesso só com uma música e que desapareceria logo em seguida. Não sei por qual motivo parei de ouvir. Esqueci Anna Júlia e segui minha vida.
Ouvi outras coisas, gostei de outros sons. Eu e Los Hermanos caminhamos em direção e em tempos diferentes. Sabia por alto do que eles faziam, mas não me dava o trabalho de ir mais a fundo. Só que mesmo assim sempre fui apaixonada pelo Marcelo Camelo.
Anos se passaram e em busca de respostas ou até mesmo de um certo conforto voltei a ouvir. Decidi que iria além, e que deletaria da minha mente totalmente as primeiras impressões que tive daquele primeiro contato. E lá estavam eles de volta na minha vida.
De paixão meu sentimento pelo Camelo virou amor. O que sentia por ele era tão grande que para mim o Rodrigo Amarente nem existia na banda. Mesmo não notando a diferença das vozes dos dois, eles falavam muito por mim.
Aos poucos fui notando que os Hermanos já estavam no meu pensamento. Invadiam sem pedir licença os meus cadernos, a minha boca e apareciam quase sempre nos textos que escrevia.
Foram e continuam sendo o que os meus ouvidos pedem no decorrer da escrita. Expresso-me através deles, escrevo textos usando trechos de músicas. Dedico letras à quem merece
E em um dia recebi a notícia que eles se separariam. Chorei muito, quis com todas as minhas forças ver os shows de despedida; o que não consegui. Faltou dinheiro, companhia e idade para assistí-los.
O que me doía mais era saber que não ouviria e nem assistiria meus amores cantando minhas músicas preferidas. Que não choraria ao ver o Amarante cantar Último Romance, que não sentiria aquela felicidade ao ouvir o Camelo cantando Conversa de Botas Batidas. Que não sentiria múltiplos sentimentos ao presenciar Fez-se mar, O Vento, O Vencedor e tantas outras que ainda fazem parte de mim.

Cada um trilhou o seu caminho. Camelo se dedicou a carreira solo e Amarante formou o Little Joy. E meu amor por eles e pela antiga banda só aumentou. Foi depois do fim que meus ouvidos aceitaram a voz de Rodrigo e suas composições. Enfim, meu coração se partiu em dois e ambos ganharam um espaço nele.

Independente de qualquer coisa ou sentimento, ainda torço para que eles voltem e que esse término seja apenas umas férias que um dia vai terminar. E mesmo que isso não aconteça, a cada vez que os escuto, descubro uma sensação e um sentir diferente. Los Hermanos é eterno para mim, tenham certeza disso.

Um comentário:

Marcos Vinicius Gomes disse...

Olá!

Eu também deixei eles passarem batidos, nem tive nada deles, mas alguma coisa ou outra ficou. Eles são assim mesmo, se não se curtiu ao vivo, aquela aura fosforecente vai seguindo e a gente vai guiando aonde ela nos levar...assim é com eles também