terça-feira, 23 de março de 2010

O mágico de Oz

Sentada no chão e com um prato de sopa de letrinhas sobre a mesa. Era assim que eu assistia O Mágico de Oz quando era criança.
Lembro-me exatamente da minha expressão quando assistia esse filme. Os olhos ficavam vidrados na televisão enquanto Dorothy e seus amigos corriam atrás de seus respectivos desejos em Oz.
De todos os personagens, sempre gostei mais do Homem de Lata. Não sei exatamente se isso aconteceu pelo desejo que ele tinha de ter um coração ou por outro motivo parecido.
Ontem, depois de muitos anos, assisti novamente. Notei que ainda olhava para tela com olhar de criança, mas que as sensações ganhavam outras perspectivas. Chorei quando Judy Garland cantou Over the Rainbow, ri com os gritos de "Socorro!" do Leão e com o desajeitado Espantalho, e me comovi completamente com o Homem de Lata. Senti medo do que a bruxa poderia fazer com Dorothy e de eles não conseguirem falar com o Mágico de Oz com segurança.
Depois que o filme terminou comecei a pensar sobre tudo o que tinha assistido. Notei que cada um dos personagens, tinha dentro deles, o que exatamente desajaram quando se encontraram com o tal Mágico.
O Leão já era corajoso só por ter enfrentando todo aquele caminho até a Cidade das Esmeraldas. O Homem de Lata tinha um coração por ter chorado as inúmeras vezes quando se sentia triste. Enquanto o Espantalho já tinha um cérebro só por pensar, falar, poder se mexer. E Dorothy, por fim, tinha seu lar dentro de si. Na verdade o que todos eles precisavam era que tudo isso fosse descoberto, vivenciado em todos os riscos que correram.
Percebi também que o cinema evoluiu muito desde o lançamento, em 1939, deste filme que na verdade é baseado no livro de Lyman Frank Baum e que tem o título original de "O Maravilhoso Mágico de Oz".
A obra de Baum é considera até hoje pelos críticos como a primeira obra norte-americana de gênero fantástico (Ficção Científica, Fantasia, Horror) e fez tanto sucesso na época em que foi criada que em 1902 ele produziu um musical baseado na publicação; o que ganhou espaço em Chicago e logo depois os palcos de Nova York. Até um dia invadir a telinha dos cinemas e se tornar neste clássico que foi e continuará sendo assistido por muitas gerações.

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