Luis Fernando Pereira (@nandocpereira) é formado em Comunicação e no momento, cursa Letras na Universidade Federal da Bahia (UFBA). Desde janeiro de 2011, trabalha com produção audiovisual. Fato que o fez montar uma pequena produtora de filmes. Até o fim desse ano espera finalizar dois curtas-metragens e um documentário. Além da 7ª arte, ama música, literatura e a junção dessas três artes.
Clique aqui para ouvir algumas músicas da Jukebox do Fernando.
1- Marcelo Camelo (Janta) - Como teve show dele aqui em Salvador, acabei ouvindo o material que tenho no player. Falando da música, ela, além de possuir uma letra que me chama a atenção, tem um tom bem pessoal, o que me deixa ainda mais admirado.
2- Black Rebel Motorcycle Club (Whatever Happened to My Rock and Roll) - Escrevi um pequeno texto esta semana sobre o filme 9 Canções e acabei vendo-o mais uma vez. O BRMC está no filme, é um das bandas ‘alternativas’ que mais curto.
3- Cat Power (Wonderwall) - Sempre que quero pensar e tentar produzir alguma coisa no meu cérebro, escuto-a. Estava precisando muito de inspiração, e a Cat Power tem esse ‘poder’. Além disto, Wonderwall é a canção que me apresentou ao Oasis, a melhor banda dos anos 90.
4- Moveis Coloniais de Acaju (O tempo) - Para alguém que, como eu, vive nos cinemas (e o Cinemark é um desses cinemas) essa escolha é bem compreensível. Escutei, só esta semana, uma quatro vezes, é a música que eles colocam antes de começar as sessões propriamente ditas. Gruda, é leve, e é de uma das bandas atuais que mais gosto.
5- Paul McCartney (All my loving) - Beatles eu escuto todas as semanas, pelo menos uma vez. Ouvi esta por conta do show que o Paul fez no Rio, adoro a letra e a escuto por obrigação moral.
6- Céu (Bobagem) - Estive faz pouco tempo num show da Céu, e quando ela começou os acordes de Bobagem, percebi que seria/será a minha favorita por muito tempo. É crua, poderosa, do jeito que gosto.
7- Radiohead (Codex) - Minha preferida do novo álbum do Radiohead. É triste, melancólica, pra baixo, enfim, necessito disso em algumas madrugadas específicas. Me faz pensar melhor, me acalma e como já disse, me ajuda a produzir.
8- Nando Reis (Luz dos Olhos) - Encontrei por estes dias alguns colegas da faculdade, e lembrei de minha primeira e única banda, a ‘Phisys Elevator’. Tivemos uma carreira bem ‘longa’: um show e uns cinco ensaios =D Luz dos Olhos foi a primeira música, ensaiamos muito, lembro de cada detalhe dos ensaios, então é meio nostálgico escutá-la, no bom sentido. E a letra é ótima.
9- Foo Fighters (I Should Have Known) - Esta semana estreou o documentário sobre os FF, então lá fui eu ouvir a discografia deles. Esta música é a que mais gostei do último álbum, ouvi quase uma dezena de vezes seguidas; é densa, pesada, quase épica. Escutarei muitas vezes ainda.
10- Eddie Vedder (Hard Sun) - Faz parte da trilha sonora de Into the Wild, escuto quase todas as semanas, uma obra de arte, sem mais explicações. Me emociona, assim como quase tudo que o Eddie Vedder canta.
11- Rufus Wainwright (Across the Universe) - Fui testar o DVD de I Am Sam, acabei colocando numa parte aleatória do filme e me esbarrei com Across the Universe. Me emocionei, com o filme e com a canção. É mágica, ela consegue te fazer bem, mesmo você estando num dia ruim, ou com mal humor.
12- Chico Buarque (Ela Faz cinema) - Juro que se um dia casar com alguém que faz cinema, essa música será meu (nosso) hino de amor. Ouço Chico uma vez por semana, uma destas coisas obrigatórias.
13- R.E.M. (Blue) - Uma mistura de explicações: adoro a banda, só comecei a ouvir o último álbum por agora, é a canção que mais gostei, já viciei nela, e tem a Patti Smith, que faz uma participação absurdamente sensacional.
14- Emily Jane White (Dagger) - Há alguns meses redescobri a EJW e desde então ouço-a direto. Me faz bem, ela possui uma voz e um estilo musical que me fascina. Esta canção é muito bonita, emociona e me ajuda muito a pensar. É do trilha sonora do filme Wild Tigers I have Known. Por sinal, a trilha toda é dela, acho.
15- The Swell Season (When Your Mind's Made Up) - Da série ‘filmes que vi recentemente e que possuem uma trilha sonora fantástica’. Neste caso, o filme se chama ‘Once’ e os protagonistas são os dois mebros desta banda.
quinta-feira, 30 de junho de 2011
segunda-feira, 27 de junho de 2011
domingo, 26 de junho de 2011
Douce
Inspirado nos quadrinhos de Jean-Jacques Sempé e René Goscinny, O Pequeno Nicolau é um dos filmes que mais me encantou esse ano. Isso porque, além de ser doce, ele reúne elementos que faltam em muitas produções: ingenuidade, pureza e inocência. É a prova de que, nem sempre é necessário usar a violência em um longa-metragem.
Let's make love and listen... Something
Em conversa sobre as músicas românticas que os mais antigos usavam para se amar - que hoje, costumam ser tema de casamento de primos e afins, e que se tornaram clichê de tão piegas que são -, eu e a Ananda (@Olivananda) resolvemos remar contra o fluxo e por isso, criamos uma playlist apenas com músicas que remetem, como dizer... ao que uma querida amiga apelida carinhosamente de lico-lico. Preciso explicar mais? Acho que não.
Outro fator que contribuiu bastante para a escolha das canções foi Glory Box do Portishead. Isso porque, até mesmo aqueles que não curtem a banda, acabam pensando ‘naquilo!’ quando a escutam.
Clique aqui para usar e abusar dessa sugestiva playlist
1 – Portishead – Glory Box
2 – Led Zeppelin – Since I’ve Been Lovin’ You
3 – Janis Joplin – Summertime
4 – Garbage – Queer
5 – Heather Nova – Island
6 – Groove Armanda – My Friend
7 – Dee Joy – Trust Me
8 - Lacuna Coil - Etwined
9 – Credence Clearwater Revival – I Put a Spell on You
10 – The Cure – Lullaby
11 – Joy Division – Shadowplay
12 – Sonic Youth – Superstar
13 – The XX – Island
14 – Kevin Johansen – Timing
15 – Skip James – Devil Got My Woman
16 – Nina Simone – Feeling Good
17 – The Velvet Underground and Nico – Femme Fatale
18 – Madeleine Peyroux – Dance Me to End of Love
Usem e abusem, meus caros!
Nota: A imagem utilizada é de Robert Crumb, já que as de Giovanna Casotto não era tão apropriadas para esse humilde blog.
Outro fator que contribuiu bastante para a escolha das canções foi Glory Box do Portishead. Isso porque, até mesmo aqueles que não curtem a banda, acabam pensando ‘naquilo!’ quando a escutam.
Clique aqui para usar e abusar dessa sugestiva playlist
1 – Portishead – Glory Box
2 – Led Zeppelin – Since I’ve Been Lovin’ You
3 – Janis Joplin – Summertime
4 – Garbage – Queer
5 – Heather Nova – Island
6 – Groove Armanda – My Friend
7 – Dee Joy – Trust Me
8 - Lacuna Coil - Etwined
9 – Credence Clearwater Revival – I Put a Spell on You
10 – The Cure – Lullaby
11 – Joy Division – Shadowplay
12 – Sonic Youth – Superstar
13 – The XX – Island
14 – Kevin Johansen – Timing
15 – Skip James – Devil Got My Woman
16 – Nina Simone – Feeling Good
17 – The Velvet Underground and Nico – Femme Fatale
18 – Madeleine Peyroux – Dance Me to End of Love
Usem e abusem, meus caros!
Nota: A imagem utilizada é de Robert Crumb, já que as de Giovanna Casotto não era tão apropriadas para esse humilde blog.
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Jukebox da Semana: Bernardo Nascimento
Bernardo Nascimento (@Barnabé_13) do Barnablog! tem 24 anos, gosta muito de música e se arrisca a fazê-la. Fora os amigos e a família, ama toda e qualquer forma de arte. “Acredito que se expressar é tão importante quanto comer, daí vem a importância da arte na minha medíocre existência”, diz ele.
Além da música, ele se aventura no desenho, na fotografia, na escrita, no graffiti e até mesmo na degustação de destilados.
Letra e melodia não são os únicos fatores que chamam a atenção de Bernardo na hora de ouvir algo. Ele dá importância, também, a maneira e ao momento em que a música surgiu na vida dele.
As músicas escolhidas para essa Jukebox seguem alguns desses critérios e o faz lembrar dos momentos em que frenquentava shows com os amigos e competia com eles, quem tinha feito o melhor mosh. Alguns artistas que escuta hoje não eram conhecidos por ele naquela época, mas remetem ao que viveu. “Talvez por eu considerá-los tão bons quanto os velhos companheiros que há tempos não saem do meu MP4", comenta.
Clique aqui para ouvir algumas músicas da Jukebox do Bernardo
1- Saves The Day - One last kiss
2- Get Up Kids - Don't hate me
3- Smashing Pumpkins - that's the way (my love is)
4- Dinosaur Jr - Raisans
5- Fugazi - Turnover
6- Superchunck - Learn to surf
7- Garage Fuzz - A mutt running nowhere
8- Sonic Youth - Pink Steam
9- Ludovic - Desova
10- Jair Naves - Um passo por vez
11- At The Drive In - Invalid litter dept
12- Superguidis - Não fosse o bom humor
13- Husker dü - Don't Wanna Know If You Are Lonely
14- Placebo - Nancy boy
15- Beck - Devil's Haircut
16- Sparta - Cut Your Ribbon
17- Weezer - Undone (The Sweater Song)
18- Deftones - Knife party
19- B-52's - Rock Lobster
20- Blink 182 - Waggy
Além da música, ele se aventura no desenho, na fotografia, na escrita, no graffiti e até mesmo na degustação de destilados.
Letra e melodia não são os únicos fatores que chamam a atenção de Bernardo na hora de ouvir algo. Ele dá importância, também, a maneira e ao momento em que a música surgiu na vida dele.
As músicas escolhidas para essa Jukebox seguem alguns desses critérios e o faz lembrar dos momentos em que frenquentava shows com os amigos e competia com eles, quem tinha feito o melhor mosh. Alguns artistas que escuta hoje não eram conhecidos por ele naquela época, mas remetem ao que viveu. “Talvez por eu considerá-los tão bons quanto os velhos companheiros que há tempos não saem do meu MP4", comenta.
Clique aqui para ouvir algumas músicas da Jukebox do Bernardo
1- Saves The Day - One last kiss
2- Get Up Kids - Don't hate me
3- Smashing Pumpkins - that's the way (my love is)
4- Dinosaur Jr - Raisans
5- Fugazi - Turnover
6- Superchunck - Learn to surf
7- Garage Fuzz - A mutt running nowhere
8- Sonic Youth - Pink Steam
9- Ludovic - Desova
10- Jair Naves - Um passo por vez
11- At The Drive In - Invalid litter dept
12- Superguidis - Não fosse o bom humor
13- Husker dü - Don't Wanna Know If You Are Lonely
14- Placebo - Nancy boy
15- Beck - Devil's Haircut
16- Sparta - Cut Your Ribbon
17- Weezer - Undone (The Sweater Song)
18- Deftones - Knife party
19- B-52's - Rock Lobster
20- Blink 182 - Waggy
terça-feira, 21 de junho de 2011
As drogas da internet
Socialmente, por Antonio Prata
Como todo mundo, eu comecei pelo e-mail. Algumas vezes por dia, no meio de um texto, minimizava o Word e abria o Outlook. Não é que eu estivesse à espera de alguma mensagem importantíssima – como percebi com o tempo, importa menos a mensagem do que a expectativa em relação a ela, o milionésimo de segundo em que vemos surgir aquela linha em negrito e pensamos: quem será? O que dirá? É como a bolinha girando na roleta, a carta deslizando sobre o feltro verde, em sua direção; o futuro numa compota; o porvir num grão de areia.
Percebi que a coisa estava fugindo ao meu controle quando me peguei, diante da caixa de entrada vazia, clicando ansiosamente no ícone “enviar e receber” — uma, duas, três vezes em seguida. Como todo viciado, inventava justificativas para não encarar a situação. Dizia a mim mesmo: se clico tanto é porque pode ter algum e-mail preso ali, nalgum gargalo eletrônico, precisando apenas de uma chacoalhada pra cair. Ou: vai que alguém me escreveu justamente um segundo depois da primeira clicada? É preciso tentar de novo, e de novo, e…
Enquanto fiquei apenas no e-mail, a vida seguiu sua marcha – um pouco mais lenta, claro, devido a tantas interrupções postais, mas seguiu. O e-mail, agora sei, é a maconha do mundo digital. Viciante, sim, mas não muito nocivo. A droga que iniciaria minha derrocada, a cocaína do mundo virtual, ainda estava para ser inventada: o Orkut.
Quando ele apareceu, em 2006, eu caí de nariz. Abandonava trabalho, família, interrompia sexo e refeições no meio só para percorrer, de um lado pro outro, eufórico, as catacumbas sem fim daquele inferno azul bebê. Brotava conhecido de tudo quanto era lado: primo que você não via desde 83, namoradinha da terceira série, a turma inteira do segundo B se comunicando: “não acredito, o Luba virou veterinário!”, “nossa, a Vanessinha ficou gostosa!”, “quem aí lembra da Mariana Leme, que espirrou na aula de ciências e voou meleca na professora?!”.
Quando a moda passou e percebi que se não via todos aqueles conhecidos havia duas décadas era por não termos mais patavinas em comum, já era tarde: estava completamente viciado em rede social.
Tentei me salvar. Saí do Orkut e disse a mim mesmo: vou me curar. Vou tirar os olhos da tela e recolocá-los no mundo. Veio o Myspace, eu ignorei. Vieram o Linkdim e o Flicker, não dei bola. Mesmo diante do Facebook, a rede de todas as redes, evitei a recaída. Até que surgiu o Twitter. “Que mal tem?”, me perguntaram os falsos amigos. “São só 140 caracteres! Experimenta, todo mundo usa: O Obama, o Tom Waits, a Xuxa! Vai!” Eu fui.
Se o e-mail era a maconha e o Orkut a cocaína, o Twitter é o crack. Nos dois meses seguintes, eu fingi que trabalhava, eu fingi que conversava, eu fingi que vivia, mas minha cabeça estava todo o tempo pensando em sacadinhas para tuitar. Ouço um trovão, penso: “chuva, raio, São Pedro… O que pode haver de engraçado e curto, aí?”. Panetones surgem no mercado, começo: “panetones, natal, mercado, vamos lá, Antonio, o que dá pra escrever em 140 toques sobre o assunto?” Nos últimos meses, vi jogos de futebol, debates e a reprise de Vale Tudo com o lap top no colo, tuitando, retuitando, checando retuites, até minha cabeça dar tilt.
Foi no salvamento dos mineiros chilenos que me dei conta da gravidade da situação. Ao vê-los ali, nas entranhas da Terra, e ter o sentimento de solidariedade solapado pelo desejo de tuitar piadinhas, percebi que era eu quem estava no fundo do poço. Como o drogado que rouba a mãe para alimentar o vício, eu estava prestes a abrir mão da dignidade em troca de 140 caracteres engraçadinhos.
Nas 24 horas seguintes, enquanto a Phenix trazia os mineiros da escuridão da caverna para as luzes dos flashes, eu viajava de avião, barco e canoa para um vilarejo isolado, às margens do rio Tapajós, onde agora me encontro. Aqui não há computador, luz, nem mesmo caneta esferográfica. Escrevo essa crônica com um toco de carvão, num pedaço de papel de embrulho. Seu Leôncio, um garimpeiro amigo meu, é quem a enviará à Wish, por telex, em São Nonato do Caribó, cidade mais próxima. Espero que o isolamento funcione, pois do twitter, assim como do crack, só existem duas saídas: a cura ou a morte. Seja o que Deus quiser.
Como todo mundo, eu comecei pelo e-mail. Algumas vezes por dia, no meio de um texto, minimizava o Word e abria o Outlook. Não é que eu estivesse à espera de alguma mensagem importantíssima – como percebi com o tempo, importa menos a mensagem do que a expectativa em relação a ela, o milionésimo de segundo em que vemos surgir aquela linha em negrito e pensamos: quem será? O que dirá? É como a bolinha girando na roleta, a carta deslizando sobre o feltro verde, em sua direção; o futuro numa compota; o porvir num grão de areia.
Percebi que a coisa estava fugindo ao meu controle quando me peguei, diante da caixa de entrada vazia, clicando ansiosamente no ícone “enviar e receber” — uma, duas, três vezes em seguida. Como todo viciado, inventava justificativas para não encarar a situação. Dizia a mim mesmo: se clico tanto é porque pode ter algum e-mail preso ali, nalgum gargalo eletrônico, precisando apenas de uma chacoalhada pra cair. Ou: vai que alguém me escreveu justamente um segundo depois da primeira clicada? É preciso tentar de novo, e de novo, e…
Enquanto fiquei apenas no e-mail, a vida seguiu sua marcha – um pouco mais lenta, claro, devido a tantas interrupções postais, mas seguiu. O e-mail, agora sei, é a maconha do mundo digital. Viciante, sim, mas não muito nocivo. A droga que iniciaria minha derrocada, a cocaína do mundo virtual, ainda estava para ser inventada: o Orkut.
Quando ele apareceu, em 2006, eu caí de nariz. Abandonava trabalho, família, interrompia sexo e refeições no meio só para percorrer, de um lado pro outro, eufórico, as catacumbas sem fim daquele inferno azul bebê. Brotava conhecido de tudo quanto era lado: primo que você não via desde 83, namoradinha da terceira série, a turma inteira do segundo B se comunicando: “não acredito, o Luba virou veterinário!”, “nossa, a Vanessinha ficou gostosa!”, “quem aí lembra da Mariana Leme, que espirrou na aula de ciências e voou meleca na professora?!”.
Quando a moda passou e percebi que se não via todos aqueles conhecidos havia duas décadas era por não termos mais patavinas em comum, já era tarde: estava completamente viciado em rede social.
Tentei me salvar. Saí do Orkut e disse a mim mesmo: vou me curar. Vou tirar os olhos da tela e recolocá-los no mundo. Veio o Myspace, eu ignorei. Vieram o Linkdim e o Flicker, não dei bola. Mesmo diante do Facebook, a rede de todas as redes, evitei a recaída. Até que surgiu o Twitter. “Que mal tem?”, me perguntaram os falsos amigos. “São só 140 caracteres! Experimenta, todo mundo usa: O Obama, o Tom Waits, a Xuxa! Vai!” Eu fui.
Se o e-mail era a maconha e o Orkut a cocaína, o Twitter é o crack. Nos dois meses seguintes, eu fingi que trabalhava, eu fingi que conversava, eu fingi que vivia, mas minha cabeça estava todo o tempo pensando em sacadinhas para tuitar. Ouço um trovão, penso: “chuva, raio, São Pedro… O que pode haver de engraçado e curto, aí?”. Panetones surgem no mercado, começo: “panetones, natal, mercado, vamos lá, Antonio, o que dá pra escrever em 140 toques sobre o assunto?” Nos últimos meses, vi jogos de futebol, debates e a reprise de Vale Tudo com o lap top no colo, tuitando, retuitando, checando retuites, até minha cabeça dar tilt.
Foi no salvamento dos mineiros chilenos que me dei conta da gravidade da situação. Ao vê-los ali, nas entranhas da Terra, e ter o sentimento de solidariedade solapado pelo desejo de tuitar piadinhas, percebi que era eu quem estava no fundo do poço. Como o drogado que rouba a mãe para alimentar o vício, eu estava prestes a abrir mão da dignidade em troca de 140 caracteres engraçadinhos.
Nas 24 horas seguintes, enquanto a Phenix trazia os mineiros da escuridão da caverna para as luzes dos flashes, eu viajava de avião, barco e canoa para um vilarejo isolado, às margens do rio Tapajós, onde agora me encontro. Aqui não há computador, luz, nem mesmo caneta esferográfica. Escrevo essa crônica com um toco de carvão, num pedaço de papel de embrulho. Seu Leôncio, um garimpeiro amigo meu, é quem a enviará à Wish, por telex, em São Nonato do Caribó, cidade mais próxima. Espero que o isolamento funcione, pois do twitter, assim como do crack, só existem duas saídas: a cura ou a morte. Seja o que Deus quiser.
domingo, 19 de junho de 2011
Depressão em forma de banda
O frio lá fora. Madrugada de sábado para domingo. Gabriela Pasquale e Thamirys Marques (@thamyathemys) conversam pelo Messenger e, de repente, decidem fazer algo no estilo Bigode, só pra quem pode. Por causa do momento que estão passando, o assunto escolhido foi: as bandas mais depressivas que existem nesse mundo afora. Letras e sonoridade influenciaram no momento da escolha.
1 – Radiohead – escute bem a voz do Thom Yorke que, querendo ou não, você vai sentir uma depressãozinha aparecer no fundo do seu peito.
2 – Placebo – a voz de Brian Molko somada com a sonoridade da banda fazem qualquer um sentir a vontade de contar os pulsos.
3 – Joy Division – apesar de ser bem oitentista, a maioria das músicas da banda liderada por Ian Curtis são tristes.
4 – Nirvana – o Acústico fala por si só.
5 – Bauhaus – bebidas, drogas e depressão deram música. Quem diria!
6 – Alice in Chains – toda melancolia do Layne Staley, além da voz e da guitarra que parecem chorar
7 – Legião Urbana – toda falta de esperança do Renato Russo foi transformada em música.
8 – Vanguart – lembra bar, porre, ressaca, choradeira e lenços jogados numa mesa.
9 – City and Colour – mesmo sendo muito do amor, o projeto do ex-vocalista do Alexisonfire tem uma pitada de tristeza. A voz e o violão colaboram para isso.
10 – Angus & Julia Stone – cheira amor, mas também é desilusão.
Extras:
1 – Damien Rice – melhor amigo no momento de afogar as mágoas.
2 – Elliott Smith – triste, mas que reconforta.
3 – Bon Iver – a prova de que o amor pode ser triste.
Foto: we♥it |
1 – Radiohead – escute bem a voz do Thom Yorke que, querendo ou não, você vai sentir uma depressãozinha aparecer no fundo do seu peito.
2 – Placebo – a voz de Brian Molko somada com a sonoridade da banda fazem qualquer um sentir a vontade de contar os pulsos.
3 – Joy Division – apesar de ser bem oitentista, a maioria das músicas da banda liderada por Ian Curtis são tristes.
4 – Nirvana – o Acústico fala por si só.
5 – Bauhaus – bebidas, drogas e depressão deram música. Quem diria!
6 – Alice in Chains – toda melancolia do Layne Staley, além da voz e da guitarra que parecem chorar
7 – Legião Urbana – toda falta de esperança do Renato Russo foi transformada em música.
8 – Vanguart – lembra bar, porre, ressaca, choradeira e lenços jogados numa mesa.
9 – City and Colour – mesmo sendo muito do amor, o projeto do ex-vocalista do Alexisonfire tem uma pitada de tristeza. A voz e o violão colaboram para isso.
10 – Angus & Julia Stone – cheira amor, mas também é desilusão.
Extras:
1 – Damien Rice – melhor amigo no momento de afogar as mágoas.
2 – Elliott Smith – triste, mas que reconforta.
3 – Bon Iver – a prova de que o amor pode ser triste.
sábado, 18 de junho de 2011
Nem sempre tão doce
A Banda Mais Bonita da Cidade apareceu com a doce Oração, mas para quem não sabe, a banda curitibana não é só amor e doçura. Assim como muitos conjuntos existentes por aí, há também um lado revoltado e cheio de desamor em suas composições.
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Se alguém depois sorrir em paz
E se chover demais, a gente vai saber claro de um trovão se alguém depois sorrir em paz. Só de encontrar...
O Vento - Los Hermanos
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Jukebox da Semana: Gabriela Pasquale
Gabriela Pasquale (@empolaroid) tem 20 anos, cursa Jornalismo há quase três anos e pretende se especializar no segmento Cultural quando terminá-lo. Por nutrir amor pelas palavras, escreve crônicas no Confessions About Me e mantém o Meio Bossa Nova – blog sobre cinema, música, internet e afins.
Apaixonada pela 7ª arte, ela tem como filmes preferidos O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, Laranja Mecânica, Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, Apenas o Fim, entre outros. Caio Fernando Abreu, Clarice Lispector e Machado de Assis são alguns dos escritores que é fã.
Gabi usa a música como alimento e passa a maior parte do tempo acompanhada das bandas preferidas, seja as ouvindo até e mesmo as cantarolando as canções que mais gosta – Joy Division, Los Hermanos, The Beatles e The Doors. Acredita que o humor e o estado de espírito influenciam muito na escolha do que ouvir.
Clique aqui para ouvir algumas das músicas da Jukebox da Gabi ou aqui para baixá-las.
1 – Beirut – The Akara
2 – Joy Division – Disorder
3 – The Doors – Love Me Two Times
4 – Florence and the Machine – You’ve Got The Love
5 – Los Hermanos – Sapato Novo
6 – The Beatles – All My Loving
7 – Tim Maia – Me Dê Motivos
8 – Nara Leão – Insensatez
9 – Edward Sharpe And The Magnetic Zeros – Home
10 – The Beatles – Don’t Let Me Down
11 – The Doors – The End
12 – Apanhador Só – Nescafé
13 – Aimee Mann – Wise Up
14 - Cartola – O Sol Nascerá
15 – Transmissor - Jenninha
16 – Angus & Julia Stone – Chocolates & Cigarettes
17 – Arctic Monkeys – A Certain Romance
18 – The Kooks – Shine On
19 – Portishead – Glory Box
20 – The Smiths - Ask
Apaixonada pela 7ª arte, ela tem como filmes preferidos O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, Laranja Mecânica, Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças, Apenas o Fim, entre outros. Caio Fernando Abreu, Clarice Lispector e Machado de Assis são alguns dos escritores que é fã.
Gabi usa a música como alimento e passa a maior parte do tempo acompanhada das bandas preferidas, seja as ouvindo até e mesmo as cantarolando as canções que mais gosta – Joy Division, Los Hermanos, The Beatles e The Doors. Acredita que o humor e o estado de espírito influenciam muito na escolha do que ouvir.
Clique aqui para ouvir algumas das músicas da Jukebox da Gabi ou aqui para baixá-las.
1 – Beirut – The Akara
2 – Joy Division – Disorder
3 – The Doors – Love Me Two Times
4 – Florence and the Machine – You’ve Got The Love
5 – Los Hermanos – Sapato Novo
6 – The Beatles – All My Loving
7 – Tim Maia – Me Dê Motivos
8 – Nara Leão – Insensatez
9 – Edward Sharpe And The Magnetic Zeros – Home
10 – The Beatles – Don’t Let Me Down
11 – The Doors – The End
12 – Apanhador Só – Nescafé
13 – Aimee Mann – Wise Up
14 - Cartola – O Sol Nascerá
15 – Transmissor - Jenninha
16 – Angus & Julia Stone – Chocolates & Cigarettes
17 – Arctic Monkeys – A Certain Romance
18 – The Kooks – Shine On
19 – Portishead – Glory Box
20 – The Smiths - Ask
segunda-feira, 13 de junho de 2011
Um presente
Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa.
Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera.
Estranho e que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é?
A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?
A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar.
Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera?
E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará.
A moça – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente.
Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.
O @AndreLuizSuzano presentou-me com as lindas palavras do Caio Fernando Abreu. Assim como eu, ele é grande fã desse querido escritor.
Imagem via FFFOUND!
domingo, 12 de junho de 2011
sábado, 11 de junho de 2011
Queria me enjoar de você
Linda parceria de João Bernardo com a Maria Miranda de Moraes na música Queria me enjoar de você da Dinda.
Daqui
Amor não é só poesia e refrão
O coração aqueceu. Os olhos se encheram de lágrimas. Um pequeno sorriso apareceu no rosto. A cabeça balança para frente e para trás concordando com tudo o que Fernanda Mello disse.
Via @pryafonso
sexta-feira, 10 de junho de 2011
Jukebox da Semana: Ananda Oliveira
“Um primor de mocinha, faceira e mimosa como um totem!”, foi essa a definição que um amigo deu a Ananda Oliveira (@Olivananda). Inteligente e sabida, ela é formada em Jornalismo e escreve crônicas no Retratos, rabiscos e retiências e poesias no Amoras Encantadas. Além de praticar Hatha Yoga e Dança Cigana, se arrisca como cantora.
Em terceira pessoa, ela explica: “As canções dessa Jukebox são baseadas nesse último período que Ananda anda a viver, cheia de boemia, sincronicidades de botequim (seja lá o que isso for), catarses violentas (tanto pro bem, quanto pro mal) e descobertas em meio as madrugadas e as tardes ensolaradas.”
Clique aqui para ouvir as músicas da Jukebox da Ananda
Em terceira pessoa, ela explica: “As canções dessa Jukebox são baseadas nesse último período que Ananda anda a viver, cheia de boemia, sincronicidades de botequim (seja lá o que isso for), catarses violentas (tanto pro bem, quanto pro mal) e descobertas em meio as madrugadas e as tardes ensolaradas.”
Clique aqui para ouvir as músicas da Jukebox da Ananda
1 – Cake – Frank Sinatra
2 – Warpaint – Elephants
3 – Gogol Bordello – Alcohol
4 – Portishead – Sour Times
5 – Tindersitcks – Black Smoke
6 – Anna Calvi – First We Kiss
7 – The Do – The Wicked and the Blind
8 – The Do – Bohemian Dances
9 – Gram – Seu Minuto, Meu Segundo
10 – Kevin Johansen – Timing
11 – Céu – Bubuia
12 – Te Black Keys - Tighten Up
13 – Röyksopp – What Else Is There
14 – Placebo – Song to Say Goodbye
15 – Serj Tankian – Bird of Paradise
16 – Nina Simone - Feeling Good
quinta-feira, 9 de junho de 2011
Cinemagraphs
A fotógrafa Jamie Beck e o webdesigner Kevin Burge reinventaram o conceito de Gifs com as cinemagraphs - mistura de filme com fotografia que cria fotos em movimento. Eles fizeram as primeiras animações em fevereiro desse ano que foram apresentadas na Semana de Moda de Nova York, onde Jamie trabalhava como fotógrava.
Via Bravo!
Ela era de leão. Ele tinha 16
Em homenagem ao Dia dos Namorados, a Vivo se inspirou na música Eduardo e Mônica da Legião Urbana e finalmente nos apresentou em vídeo, o casal mais conhecido e querido do Brasil e quiçá do mundo.
Lindo, né?
Via @EduardoCometi.
sábado, 4 de junho de 2011
Cerradas, ralas, exóticas e de todos tipos
A edição de Verão 2012 do Fashion Rio está acontecendo de vento em polpa. Além da participação renomados estilistas e de mostrar o que será in nas praias brasileiras, os barbudos não poderiam deixar de dar o ar da graça nesse evento.
Dedicado para as barbudetes de plantão e para todos que são a favor da causa barbal.
Via @caroleando. Clique aqui para ver mais.
Dedicado para as barbudetes de plantão e para todos que são a favor da causa barbal.
Via @caroleando. Clique aqui para ver mais.
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Jukebox da Semana: Tiago Lemes
Tiago Lemes (@tiago_lemes) do Insônia Musa tem 22 anos, admira Machado de Assis e Fernando Pessoa. É fã da Bjork e principalmente do The Mars Volta. Desenha, escreve e além de compor músicas para um trabalho solo, toca em bares com os amigos quando é possível.
Para Tiago há músicas que nunca deixam de ser escutadas – como as do The Mars Volta e as da Björk. Outras são ouvidas no decorrer da semana e mudam conforme o passar dos dias.
Clique aqui para escutar algumas músicas da Jukebox do Tiago
1 – The Mars volta - Tarantism
2 – Björk - Mouth's Cradle
3 – Radiohead - Separator
4 – Jair Naves - Araguari II
5 – Mombojó - Entre a união e a saudade
6 – Los hermanos - Pois é
7 – Adriana Calcanhoto - Seu pensamento
8 – Cordel do Gogo Encantado – Na Estrada
9 – Gal Costa e Caetano Veloso - Um Dia
10 – Portishead - It Could be Sweet
Para Tiago há músicas que nunca deixam de ser escutadas – como as do The Mars Volta e as da Björk. Outras são ouvidas no decorrer da semana e mudam conforme o passar dos dias.
Clique aqui para escutar algumas músicas da Jukebox do Tiago
1 – The Mars volta - Tarantism
2 – Björk - Mouth's Cradle
3 – Radiohead - Separator
4 – Jair Naves - Araguari II
5 – Mombojó - Entre a união e a saudade
6 – Los hermanos - Pois é
7 – Adriana Calcanhoto - Seu pensamento
8 – Cordel do Gogo Encantado – Na Estrada
9 – Gal Costa e Caetano Veloso - Um Dia
10 – Portishead - It Could be Sweet
quarta-feira, 1 de junho de 2011
Assinar:
Postagens (Atom)