Na noite do dia 17 de outubro, muitos hermániacos ficaram em êxtase ao assistir um dos shows da turnê especial dos
amados Los Hermanos. Eu não estava lá, mas pude sentir, através do relato de Luis Fernando Pereira (
@nandocpereira) a emoção de ter presenciado esse acontecimento.
Concha Acústica do TCA. Salvador, Bahia, Brasil.
17 de Outubro de 2010.
Uma banda bem no alto de um pedestal e um coral insano composto por mais de seis mil pessoas. Assim eu poderia definir o show que os Los Hermanos fizeram hoje (domingo) na Concha Acústica do Teatro Castro Alves. O lugar era mais que adequado, emblemático até, já que aqui foi palco de uma das melhores apresentações da banda em toda a sua história. Eu estava. Posso comprovar.
Continuando... olhei as horas e já era 19h30, uma hora além do previsto. Poderia dizer que estava ansioso. Mas a palavra certa não era bem essa. Encontrava-me no ápice da apreensão naquele instante, não via a hora de tudo começar e assim... enfim... eu sair do lugar comum, transcendendo ao Nirvana. Expectativa grande é bobagem...
A música que abriu tudo foi “Vencedor”, que assim como todas as outras contou com o coro dos ‘hermaníacos’ (eu me incluo ai). Bem a vontade no palco, com as blusas simples e calças jeans já habituais, Marcelo Camelo, Rodrigo Amarante, Rodrigo Barba, Bruno Medina e o Bubu estavam até entrosados, mas acima de tudo, estavam felizes. Felicidade contagiosa, devo dizer.
Como não são de muita conversa, poucos foram os momentos que eles interagiram conosco. As primeiras palavras que lembro vieram de Camelo: “Assim vocês deixam a gente sem graça, de verdade”, disse.
“Retrato pra Iáiá”, “Morena”, “Conversa de Botas Batidas” e a linda “Último romance” também foram interpretadas, arrancando gritos e mais gritos deste que vos escreve. Lembro-me também que em dois momentos fãs subiram no palco, tinham como alvo o Rodrigo Amarante, que ainda brincou e disse algo do tipo: “Agarrar todo mundo agarra, mas levar que é bom ninguém leva”.
Confesso que percebi alguns erros e desafinações (coisas de banda que não toca há algum tempo), mas definitivamente joguei-os pelo ralo; a energia e a emoção sobressaiam-se sobre qualquer outro elemento que eu possa aqui citar. Marcelo Camelo, visivelmente emocionado, ainda se permitiu declarar, já perto do final: “Muito obrigada, vocês são sempre bons demais pra gente”. E quando (desesperados) fizemos o mais alto dos coros: ‘Volta, Los Hermanos!’, a resposta ouvida por nós foi a mais simples possível: “Nós já estamos aqui”. E assim os primeiros acordes de “A Flor” foram ecoados, marcando o término de uma experiência historicamente memorável na minha vida.
Texto e Fotos de Luis Fernando Pereira